domingo, 16 de março de 2008

A qualidade dos profissionais no turismo e hotelaria

A qualidade dos profissionais no turismo e hotelaria
12/02/2005

Por: Rodrigo Nora

A indústria do turismo no Brasil é responsável, atualmente, por seis milhões de empregos. A arrecadação de impostos diretos e indiretos decorrente da atividade turística gira em torno de US$ 7 bilhões e, sem dúvida alguma, vem permitindo o desenvolvimento econômico de centenas de municípios brasileiros.

Os negócios de turismo representam 4% do PIB, com influência em 52 segmentos diferentes da economia. Segundo cálculos mais recentes, a indústria do turismo investiu em 2002 cerca de US$ 6 bilhões na construção de resorts, hotéis e pousadas, criando, assim, 140 mil empregos diretos e 420 mil indiretos no mercado de trabalho.

Para atender os novos padrões de consumo em mercados altamente competitivos, a busca da qualidade empreendida pelas agências, operadoras, hotéis, restaurantes entre outros que prestam serviços para o trade turístico exige profissionais abertos às mudanças e inovações tecnológicas. O profissional hoje não tem como escapar das novas tecnologias precisando quebrar paradigmas e aprender a manusear e dominar o computador e a Internet com todas as novidades do mundo moderno relacionando com a sua profissão e ao ambiente de trabalho.

Neste mundo interligado ou globalizado hoje, formando redes de contatos em diversas partes do planeta, em segundos podemos enviar um arquivo para um colaborador do outro lado do planeta mantendo relações interpessoais com os colegas, com os profissionais em todos os setores da empresa comunicando-se de forma ágil e segura com superiores hierárquicos.

As empresas estão procurando formar quadro de profissionais competentes cada vez mais cooperativos, sendo profissionais altamente qualificados para determinada função tornando-os verdadeiros especialistas técnicos dispostos a colaborar com a equipe de trabalho. Saber se comunicar, ser ético, negociar no grupo, saber ouvir é um talento para poucos, valorizar opinião dos colegas, enriquecer a discussão com idéias próprias, fornecer uma estratégia para a empresa com uma visão mais focada no atendimento personalizado ao cliente como produto final. Algumas destas qualidades não são para todos, mas para quem quer se manter no mercado turístico de forma competitiva é de suma importância rever as atitudes tomadas anteriormente e reavaliar com a equipe se o lugar desta pessoa é na organização ou não.

O profissional do hoje e não do futuro, deve ter uma visão holística do turismo, mas sempre com os olhos voltados para o amanhã. Aprender coisas novas e nunca achar que já sabe tudo.

Segundo a Revista Você S/A os dados do Brasil em números:

Números do turismo no Brasil:

10 milhões de pessoas trabalham no setor;

São 570 faculdades de turismo e áreas relacionadas;

22 800 novos profissionais de nível superior são formados por ano;

682 reais a média salarial.


Depoimento:
As entidades de classe calculam que os salários variam entre 400 reais e 10.000 reais. A média, entretanto, é de 682 reais, já que há muito mais gente na camada operacional do que na corporativa. É por isso que Patrícia Rodrigues, de 27 anos, diz não ter perspectivas na carreira. Ela pagava 448 reais de mensalidade para a faculdade em que se formou, em 2003. Hoje, ganha 800 reais no departamento financeiro de uma agência de viagens. ´Não vejo futuro para mim´, afirma.

Para o professor Mário Carlos Beni, da Faculdade de Turismo da Universidade de São Paulo (USP), o que o mercado procura é inversamente proporcional à resposta das escolas de turismo. Ele diz que deveria haver mais cursos técnicos, para qualificar a mão-de-obra operacional, do que escolas de formação de nível superior. ´Quem se forma em um dos cursos de terceiro grau não quer se sujeitar a trabalhar como recepcionista ou mensageiro´, afirma. Foi o que aconteceu com Nelson da Cunha Pinto Filho, de 32 anos, formado em turismo pela USP em 2001. Ele nunca encontrou chances de entrar no mercado de trabalho, a não ser vagas para assistente, operador de reservas e recepcionista. ´Começar do zero, num cargo operacional, é uma roubada, um mico´, diz ele, que abandonou a área.´Preferi dar continuidade à minha formação anterior, de técnico em mecânica, que tem mais mercado e paga mais.´

Diferencial dos profissionais de visão:
Qualificações profissionais diversificadas favorecem a entrada no mercado de trabalho do turismo possibilitando ganhar espaço em vários setores adquirindo conhecimentos em diferentes campos do saber. As cozinhas dos hotéis geralmente em grandes redes, por exemplo, já exigem dos gastrônomos e cozinheiros domínio total do computador. As receitas são arquivadas em bancos de dados informatizados, assim como o controle de estoque e de custos. Um agente de turismo, necessita aprender outro idioma pelo menos pela razão em desempenhar corretamente a sua função.

É necessário que os profissionais estejam abertos às mudanças e de olho nas tendências de mercado procurando nichos para um dia virem a trabalhar por conta e deixar de serem meros empregados assalariados. Estas mudanças são visíveis agora em países subdesenvolvidos como o Brasil, mercados globalizados e altamente competitivos. O profissional do turismo e da hotelaria no Brasil terá que se adequar a estas mudanças que já são praticadas em outros países há muitos anos atrás e estão acontecendo no trade turístico nacional devido ao grande número de profissionais que saem das escolas técnicas e faculdades em todo o país fresquinhos como pão quente nas panificadoras onde o empresariado com visão na qualidade de seus serviços focando o atendimento personalizado ao cliente irá com certeza investir na qualificação deste profissional que está na busca de galgar espaços dentro da organização.

Investir hoje no profissional formado na faculdade de turismo e hotelaria é adiantar muito tempo de trabalho em conhecimento adquirido durante quatro anos de muito esforço e dedicação com o objetivo de aplicar na prática todos os conhecimentos teóricos e aprendizado das visitas técnicas acompanhadas sempre do mestre. Valorize o profissional qualificado e não despreze o conhecimento teórico adquirido pelo profissioanal.

Podemos contar agora com uma lei tramitando no que diz respeito a regurametação da profissão, ao meu ver com alguns ajustes a se fazer antes da lei definifiva. Segue abaixo um exerto da proposta do Deputado Ronaldo Vasconcellos do PTB/MG propondo a regulamentação do Exercício da Profissão de Turismólogo com a lei 4740/2004 abaixo descrita:

Art. 1º - O Grupo da Confederação Nacional das Profissões Liberais, constante do Quadro de Atividades e Profissões, anexo à Consolidação das Leis do trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, é acrescido da categoria profissional de Turismólogo.

Art. 6º - O exercício da profissão de turismólogo requer registro em órgão competente que deverá ser formado através de reunião da associação representativa destes profissionais e de empresas do setor de Turismo, criada nos termos da Constituição Federal, com personalidade jurídica própria...

PROJETO DE LEI Nº 4740 DE 2004.

REGULAMENTAÇÃO

Dispõe sobre a criação e regulamentação do exercício da profissão de turismólogo.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º - O Grupo da Confederação Nacional das Profissões Liberais, constante do Quadro de Atividades e Profissões, anexo à Consolidação das Leis do trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, é acrescido da categoria profissional de Turismólogo.

Art. 2º - O exercício da profissão de Turismólogo, no território nacional, é regulado pela presente Lei.

Art. 3º - A profissão de turismólogo será exercida:

I – pelos diplomados em curso superior de Bacharelado em Turismo, ou em Hotelaria, ministrados por estabelecimentos de ensino superiores, oficiais ou reconhecidos em todo território nacional;

II – pelos diplomados em curso similar ministrado por estabelecimentos equivalentes no exterior, após a revalidação do diploma, de acordo com a legislação em vigor;

III – por aqueles que, embora não diplomados nos termos dos incisos I e II, venham exercendo, até a data da publicação desta Lei, as atividades de turismólogo, elencadas no artigo 2º, comprovada e ininterruptamente há, pelo menos, cinco anos. (creio que teremos que rever este inciso, pois não podemos deixar que pessoas que não tiveram qualificação profissioanal tomar frente do profissioanal que dedicou seus sofridos quatro anos ao estudo e ser chamado de turismólogo. Não é necessário regulamentação para que isso aconteça. ).

Pariticipe do NetQI - Comunidade dos Turismólgos de Plantão e veja na integra o conteúdo da Lei 4740/2004.

Estabelecer um Concelho Regional de Turismo e Hotelaria para fiscalizar quem são os contratados e suas qualificações, se atendem todos os requisitos do que a lei se propõe a regulamentar. É uma coisa muito boa! Não há o que negar mas logo no início do projeto de lei, nos deparamos com os práticos levando a fama. Todos os profissioanais estavam esperando pela regulamentação. Esta lei foi proposta em dezembro de 2004 e ainda pode ser ajustada antes da sua promulgação. Espero contar com a colaboração de todos os que se sentem injustiçados perante o que vem acontecendo no dia-dia no mercado turístico. Vamos todos colaborar para que a profissão seja valorizada e não denegrida. Valorizar para desenvolver a qualidade na prestação dos serviços profissioanais no Brasil.

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